8/22/2006

CADERNO SUJO/RASCUNHO SOBRE TUDO E NADA – Vol. 2



Às vezes a gente não sabe o que dizer. Como você fala pra alguém sobre aquele nó na garganta que lhe aflige sem um motivo aparente? Como explicar o fato de andar entre as pessoas e mesmo assim sentir-se sozinho? Ou então a súbita vontade de chorar, a urgência de uma mudança que não se sabe qual ou a necessidade de uma nova paixão, mesmo que efêmera?


Silêncio. Muita calma nessa hora. Somos humanos, volúveis por natureza e insatisfeitos por instinto. Impulsivos e irascíveis. Não existe livro de auto-ajuda ou manual de instrução para os sentimentos. Não acredito em gurus de qualquer ordem, ou mesmo em deuses que zelem por nós. Se existe algum deus em algum lugar, ele já me deu o que podia. Inteligência e força. O resto é um grande “TE VIRA!”. A vida imita a arte na medida em que esta imita a si própria. Talvez o problema seja procurarmos sempre uma perfeição estabelecida por outros. Talvez o que nos torne infelizes seja essa busca insensata pela felicidade. Viver rodeado de conceitos e metas que não sabemos de onde vieram, mas absorvemos como verdade. Fidelidade, amor eterno, alma gêmea, estabilidade, sucesso. Coisas que todo mundo almeja, sem sequer questionar o que significa, o que representa cada um desses conceitos. Dinheiro, amor, filhos, casa. Verdades e verdades. Incrível mesmo é perceber a quantidade de gente que chega lá e ainda se sente vazio...

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