9/17/2006


Eu gosto, eu amo, tenho crises de tosse e sinto ânsias de vômito. Acho que certa vez num sonho ou num pileque, roubei um carro mas não sei ao certo, talvez a vida acabe antes do meu cigarro, talvez esteja longe quem eu sinto perto. Eu já compus um blues que ninguém quis ouvir, depois fugi de casa e vim parar aqui, nesse lugar igual a outros que não vi, cercado dos amigos que comprei pra mim. Eu abro a boca e falo (rindo) mil mentiras, feito um professor de escola secundária, raspo o cabelo e me queixo da vida, mas é domingo e a cerva ainda tá gelada. Perdi a identidade na mesa de um bar, perdi toda a vergonha e já não quero achar. As pessoas são tristes, nas salas de estar, estando ou não sozinhas, sabendo ou não amar. Querendo ser o último eu fui o primeiro, errei a estação e meu amor não veio, tentei tomar um táxi mas faltou dinheiro, então tomei cachaça e tou de saco cheio. Ninguém mais tem segredos, verdades não são nada, vejo todos pequenos, do alto dessa escada. Jornais fazem alarde às cinco da manhã, mas sempre acordo tarde na esperança vã da noite ser a porta de algum sonho bom, então fecha a cortina e vê se aumenta o som. A mesma poesia que nasce de uma rosa, também se lê no corte cruel do espinho, estar careta é mesmo o maior dos porres e eu não me perdi, só mudei meu caminho...

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